Skip to main content
Mão de mulher a segurar cartaz de papel bege com as palavras "Não ao sexismo" em inglês escritas a vermelho.

Sexismo: o que é e exemplos na sociedade atual

Saber o que é sexismo e entender o seu significado pode não ser tão linear como parece. Vamos ajudar-te a compreender o que representa e as dificuldades que levanta, com exemplos de sexismo atuais.

O sexismo é uma forma de discriminação baseada no género que afeta profundamente as relações sociais, profissionais e culturais.

No contexto do Plano AproXima, que promove a inclusão e a equidade, compreender o sexismo é essencial para combater estereótipos e construir uma sociedade mais justa.

Vivemos numa sociedade em constante transformação, onde os debates sobre igualdade de género ganham cada vez mais espaço e urgência.

Contudo, apesar dos avanços legislativos e das conquistas sociais, o sexismo continua a ser uma realidade persistente que afeta milhões de pessoas através de comentários aparentemente inofensivos, de práticas institucionais enraizadas, ou de representações distorcidas.

O sexismo molda comportamentos, limita oportunidades e perpetua desigualdades. E, por isso, é fundamental compreender o significado de sexismo, como ele se manifesta e de que forma podemos combatê-lo.

Este artigo pretende ser um ponto de partida para essa reflexão, oferecendo uma abordagem clara e acessível sobre o que é sexismo, os seus diferentes tipos e exemplos concretos que nos ajudem a reconhecer esta forma de discriminação.

Significado de sexismo

O termo “sexismo” refere-se à discriminação ou preconceito com base no sexo ou género.

Pressupõe a superioridade de um género sobre o outro, favorecendo geralmente os homens e limitando as oportunidades das mulheres.

Mas o sexismo não afeta só as mulheres, também pode afetar pessoas LGBTQIAPN+ e, em certos casos, homens, podendo ocorrer em diversos contextos, desde o ambiente familiar até ao mercado de trabalho.

Tipos de sexismo

Este preconceito pode apresentar-se de diferentes formas e manifestar-se explícita ou subtilmente, através de comportamentos, normas sociais, linguagem e práticas institucionais.

Podemos dividir o sexismo da seguinte forma, para entender melhor o conceito e as consequências que envolve:

  • Sexismo hostil — agressivo e direto, com insultos e exclusão deliberada, por exemplo;
  • Sexismo benevolente — existe disfarçado de elogio ou de proteção, reforçando papéis tradicionais de género (por exemplo, a ideia de que “as mulheres são naturalmente mais cuidadoras” ou “naturalmente mais delicadas”).

O que é sexismo atualmente?

O sexismo contemporâneo vai muito além de atitudes abertamente discriminatórias. Manifesta-se de forma mais subtil, ambivalente e institucionalizada, o que o torna mais difícil de identificar e combater.

Embora muitas sociedades tenham avançado em termos de igualdade formal, o sexismo continua presente em normas sociais, práticas profissionais, representações mediáticas e até na linguagem quotidiana.

Muitas vezes, assistimos ao chamado “sexismo invisível”, com o preconceito a ser mascarado por discursos de neutralidade ou de meritocracia.

Reconhecê-lo exige, então, sensibilidade, educação crítica e vontade de transformar estruturas que continuam a reproduzir desigualdades.

Esta consciência é essencial para promover uma cultura de respeito, inclusão e equidade.

Exemplos de sexismo

Na atualidade, o sexismo aparece de diversas formas, nomeadamente nos seguintes exemplos:

  • Desigualdade salarial persistente entre homens e mulheres em funções equivalentes;
  • Sub-representação feminina em cargos de liderança, na política e na ciência;
  • Estereótipos infantis com as meninas incentivadas a brincarem com bonecas, e os meninos com carros ou ferramentas;
  • Expectativas sociais rígidas, como a ideia de que homens não devem demonstrar vulnerabilidade, ou que as mulheres devem ser mães e cuidadoras;
  • Publicidade e cultura popular que continuam a objetificar corpos femininos ou a reforçar estereótipos de género.

Estes exemplos de sexismo ajudam a perpetuar desigualdades, limitam o potencial individual e contribuem para problemas sociais como misoginia, homofobia e masculinidade tóxica.

Além disso, podem levar a comportamentos criminalizados, como assédio sexual e violência doméstica (inclui-se aqui a violência no namoro).

Como combater o sexismo?

Combater o sexismo exige uma abordagem multifacetada, com aposta na educação, em políticas públicas, na mudança cultural e na ação individual.

Vamos, então, ver como explorar estas ideias para enfrentar o sexismo na atualidade.

1. Educação para a igualdade de género

A base da transformação social está na educação. É essencial promover valores de respeito, equidade e diversidade desde a infância. Isto passa por implementar:

  • Currículos inclusivos que abordem estereótipos de género e promovam pensamento crítico;
  • Formação de professores para identificar e evitar práticas discriminatórias;
  • Projetos escolares que incentivem a participação igualitária de raparigas e rapazes em todas as áreas.

2. Linguagem inclusiva e representação equitativa

A forma como comunicamos reflete e reforça as normas sociais. Por isso, adotar a linguagem inclusiva é um passo poderoso para acabar com o sexismo.

Nesse sentido, é preciso:

  • Evitar termos que perpetuem estereótipos (por exemplo: “sexo fraco”, “os homens não choram”);
  • Usar linguagem neutra em documentos, anúncios e discursos públicos;
  • Garantir que mulheres e pessoas não-binárias estejam representadas em espaços de decisão, nos média e na cultura.

O uso de linguagem inclusiva passa por reformular expressões comuns para, por exemplo, evitar o masculino genérico.

Em vez de usar “o homem moderno”, “cada um deve fazer” ou “os técnicos”, pode usar-se “a pessoa moderna”, “cada pessoa deve fazer” ou “a equipa técnica”.

E para incluir identidades não binárias pode-se substituir a expressão “Bem-vindo” por “Bem-vind@”, “Bem-vinde” ou "Bem-vindx", como usamos no Plano AproXima.

A linguagem inclusiva não é apenas uma questão de estilo - é uma escolha ética e política que transforma a forma como vemos e tratamos os outros.

3. Políticas públicas e legislação

O combate ao sexismo também passa por medidas institucionais que garantam direitos iguais e punam práticas discriminatórias, tais como:

  • Leis contra o assédio sexual e moral no trabalho e em instituições educativas;
  • Políticas de igualdade salarial e transparência nos processos de recrutamento;
  • Campanhas governamentais que promovam a desconstrução de estereótipos de género.

4. Ação individual e responsabilidade coletiva

Cada pessoa tem um papel individual na desconstrução do sexismo. Pequenas ações diárias podem fazer toda a diferença.

Assim, podes começar por aplicar estas medidas no teu dia a dia:

  • Confrontar comentários ou atitudes sexistas com empatia e firmeza;
  • Apoiar vítimas de discriminação e criar espaços seguros para denúncia;
  • Refletir sobre os teus próprios preconceitos e procurar aprender continuamente.

5. Mobilização social e campanhas de sensibilização

As campanhas públicas são essenciais para gerar consciência coletiva e pressionar mudanças positivas no sentido de acabar com o sexismo. Isso pode passar por ações como:

  • Participar em movimentos feministas e de direitos humanos;
  • Divulgar conteúdos educativos nas redes sociais;
  • Organizar eventos, debates e formações sobre igualdade de género.

O sexismo já não se usa!

Combater o sexismo é um processo contínuo que exige coragem, empatia e compromisso, bem como uma cultura de equidade e de respeito.

Infelizmente, esta é uma realidade do antigamente que continua bem presente e que, por isso, precisa de ser reconhecida e enfrentada.

Ao promover a consciência crítica e a inclusão, podemos todos contribuir para uma sociedade mais justa e equitativa, onde cada pessoa se expresse livremente, sem limitações impostas por preconceitos como o sexismo.